Início / Blog / Cannabinóides / Canabinoides: entenda o que são, de onde são extraídos e mais!
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Os cannabinoides são compostos químicos encontrados na Cannabis. O assunto, por mais que não pareça, é bem denso, e nós vamos te ajudar a entendê-lo. Acompanhe!
Os canabinoides são compostos químicos encontrados, principalmente, nas plantas de Cannabis. Com propriedades medicinais comprovadas, esses compostos atuam no organismo humano interagindo com o sistema endocanabinoide, um complexo sistema de receptores distribuídos pelo corpo que ajuda a regular processos como humor, sono, dor e resposta imunológica.
A atuação dos canabinoides depende da interação com receptores específicos chamados CB1 e CB2. O receptor CB1 está presente no cérebro e influencia a sensação de dor, apetite e memória. Já o receptor CB2, encontrado no sistema imunológico, regula a inflamação e a resposta imune [3].
Os canabinoides são compostos naturais encontrados em diferentes espécies de plantas do gênero Cannabis. Cada uma dessas variedades possui características e concentrações distintas de canabinoides, o que as torna adequadas para aplicações terapêuticas específicas. As diferentes plantas são:
A Cannabis sativa é a espécie mais popular e conhecida por sua alta concentração de THC e CBD. Com propriedades estimulantes e efeitos energizantes, ela é bastante utilizada para aliviar sintomas de ansiedade e melhorar o humor. A Cannabis sativa é comum em tratamentos que visam aumento de energia e foco mental.
A Cannabis indica é rica em CBD e possui um efeito relaxante, sendo ideal para o alívio de dores, insônia e ansiedade. Devido ao seu perfil de canabinoides, ela é muito usada no manejo da dor crônica e de condições que requerem um efeito calmante. A Cannabis indica é reconhecida por seu efeito sedativo e calmante.
A Cannabis ruderalis é uma espécie menos comum, com baixa concentração de THC e CBD, mas é valiosa em cruzamentos genéticos. Sua principal característica é o crescimento rápido e a resistência ao clima, permitindo o cultivo de plantas com ciclos de floração mais curtos.
O sistema endocanabinoide interage com diferentes tipos de canabinoides, cada um com propriedades e efeitos únicos. Dentre os principais tipos, estão:
O tetrahidrocanabinol, ou THC, é um dos canabinoides mais conhecidos devido aos seus efeitos psicoativos. Entretanto, além do seu uso recreativo, ele possui propriedades medicinais reconhecidas. Estudos indicam que ele pode ajudar a reduzir a dor, melhorar o apetite e combater náuseas e é recomendado para tratamentos paliativos e no manejo da dor crônica [4][5].
Apesar dos benefícios, o uso do THC enfrenta restrições legais em muitos países, incluindo o Brasil. No contexto da legislação brasileira, o uso terapêutico de produtos à base de THC é permitido apenas sob prescrição médica e em tratamentos específicos, o que exige um acompanhamento profissional para garantir a segurança dos pacientes [6].
O canabidiol, conhecido como CBD, é o canabinoide mais estudado e utilizado em tratamentos médicos, pois não possui efeitos psicoativos. Diversas pesquisas demonstram sua eficácia no tratamento de condições como insônia, ansiedade e epilepsia [7].
O CBD interage com receptores do sistema endocanabinoide, promovendo um efeito calmante sem comprometer a lucidez, sendo ideal para pacientes que buscam alternativas naturais e seguras [8].
O canabigerol, ou CBG, é um canabinoide menos conhecido, mas que desperta interesse por seu potencial terapêutico. Considerado o “célula-tronco” dos canabinoides, o CBG é o precursor de compostos como THC e CBD. Estudos iniciais sugerem que ele possui propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e neuroprotetoras [10].
Por não apresentar efeitos psicoativos, o CBG tem sido estudado para tratar condições inflamatórias e doenças neurodegenerativas, como o Parkinson. Embora ainda seja necessário avançar nos estudos clínicos, o CBG pode representar uma nova fronteira para tratamentos de longo prazo e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes [11].
O Delta-8-THC é um derivado natural do THC que apresenta propriedades psicoativas, mas em menor intensidade. Seu efeito mais suave faz dele uma opção interessante para pacientes que precisam de alívio da dor ou do controle de náuseas sem os efeitos intensos associados ao THC [12].
Apesar de ainda pouco popular no Brasil, o Delta-8-THC tem ganhado espaço em países onde o uso de canabinoides é mais liberal, sendo utilizado em contextos médicos e terapêuticos. Essa opção permite que pacientes tenham acesso aos benefícios do THC em doses moderadas e controladas, o que pode ser mais seguro para o dia a dia [13].
O CBC (canabicromeno) é um canabinoide com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Estudos sugerem que ele pode ser eficaz no alívio de dores neuropáticas e inflamações, além de ser útil no tratamento de condições dermatológicas.
Seu efeito terapêutico pode ser potencializado quando combinado com outros canabinoides, oferecendo uma abordagem natural para o manejo da dor e de problemas inflamatórios.
O CBN (canabinol) é conhecido por suas propriedades relaxantes e seu potencial indutor de sono, o que o torna uma opção interessante para o tratamento de distúrbios do sono leves.
Como um canabinoide que aparece em menores concentrações, o CBN demonstra benefícios específicos, auxiliando em tratamentos que visam melhorar a qualidade do sono sem os efeitos psicoativos intensos [28].
O THCV (tetrahidrocanabivarina) está sendo estudado por seu potencial para regular o apetite e controlar os níveis de glicose, mostrando-se útil para casos de obesidade e diabetes. Embora sua estrutura química seja semelhante ao THC, o THCV possui um efeito distinto e pode até mesmo atenuar os efeitos do THC em determinadas situações, o que amplia sua aplicação terapêutica.
Esses canabinoides de menor destaque, embora em concentrações menores, ampliam a versatilidade dos produtos à base de Cannabis e oferecem novas oportunidades para abordagens terapêuticas [29][30].
A canabidivarina (CBDV) é um canabinoide que vem ganhando destaque em pesquisas voltadas ao tratamento de convulsões e distúrbios neurológicos. Estudos iniciais indicam que o CBDV pode reduzir a frequência e intensidade de convulsões, sendo uma promessa para condições como a epilepsia e outros distúrbios do espectro autista.
Ele não apresenta efeitos psicoativos e possui um perfil seguro, o que o torna uma opção interessante para tratamentos de longo prazo em pacientes sensíveis aos efeitos de canabinoides mais intensos.
O ácido tetraidrocanabinólico (THCA) é a forma ácida e inativa do THC, encontrado na planta de Cannabis antes de ser exposta ao calor.
O THCA é conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e antieméticas, tornando-se uma opção promissora para o tratamento de doenças inflamatórias, degenerativas e no controle de náuseas.
Os canabinoides têm sido estudados como alternativas para o tratamento de diversas doenças, mostrando benefícios significativos em condições como epilepsia, esclerose múltipla, artrite reumatoide, doença de Parkinson e fibromialgia. Além de aliviarem a dor crônica, esses compostos contribuem para a redução de inflamações, controle de espasmos musculares e melhoria na qualidade do sono.
Os canabinoides oferecem uma variedade de benefícios terapêuticos que têm sido estudados e aplicados em diversas áreas da saúde. Abaixo estão alguns dos principais benefícios identificados:
Os canabinoides podem ser administrados de várias formas, de acordo com as necessidades e preferências de cada paciente. Cada método de administração apresenta características específicas, que influenciam a velocidade de ação e a intensidade dos efeitos terapêuticos.
Os óleos e tinturas de canabinoides são opções populares devido à sua praticidade e rápida absorção. Esses produtos podem ser administrados por via sublingual, o que permite que os compostos sejam absorvidos diretamente pela corrente sanguínea, garantindo efeitos mais rápidos.
Os óleos são indicados para diversos tipos de condições, permitindo um controle preciso da dosagem. Pacientes com insônia ou dor crônica podem se beneficiar dessa forma de administração, que permite uma adaptação rápida da dose, conforme a necessidade [20].
As cápsulas e comprimidos são alternativas para quem busca discrição e facilidade de uso. Essa forma de administração oferece efeitos mais prolongados, sendo indicada para condições que exigem alívio constante, como a dor crônica e o controle de sintomas de TDAH [21].
As cápsulas também apresentam a vantagem de serem inodoras e insípidas, facilitando a adesão de pacientes que preferem uma forma mais tradicional de consumo. A absorção mais lenta permite que o efeito dos canabinoides dure por mais tempo, sendo ideal para uso durante o dia [22].
Os canabinoides tópicos, como cremes e loções, são utilizados no tratamento de condições que afetam a pele ou os músculos. Aplicados diretamente na área afetada, os compostos têm ação local, promovendo alívio sem que os canabinoides entrem na corrente sanguínea [23].
Esses produtos são úteis para dores musculares, inflamações e condições dermatológicas, como a psoríase. O uso tópico dos canabinoides permite que pacientes se beneficiem de suas propriedades anti-inflamatórias sem efeitos psicoativos, sendo uma opção segura para o alívio da dor e do desconforto local [24].
A administração de canabinoides por inalação é uma das formas mais rápidas e eficazes para obter os efeitos terapêuticos desejados. Nesse método, os canabinoides são inalados diretamente para os pulmões, onde são rapidamente absorvidos pela corrente sanguínea, oferecendo alívio quase imediato para sintomas como dor aguda, ansiedade e náuseas.
Existem diversas formas de inalação, incluindo vaporizadores e inaladores específicos para extratos de Cannabis, que aquecem os compostos sem causar combustão, o que reduz a produção de toxinas e é mais seguro para o sistema respiratório. Esse método é especialmente recomendado para pacientes que precisam de efeitos imediatos, devido à sua rápida ação no organismo.
No Brasil, a compra de produtos à base de canabinoides é permitida para fins medicinais e deve seguir regulamentações da Anvisa. É necessário obter uma prescrição médica e solicitar autorização para importar produtos aprovados ou comprá-los em farmácias autorizadas, garantindo segurança e conformidade com a legislação brasileira.
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