InÃcio / Blog / Doenças Tratáveis / Cannabis e doenças intestinais: entenda o impacto do tratamento
Conteúdo
Conteúdo
O interesse por terapias complementares no manejo das doenças inflamatórias intestinais (DII) tem aumentado, especialmente entre pacientes que buscam alternativas para controlar sintomas e melhorar a qualidade de vida. A cannabis medicinal tem chamado a atenção por seu potencial no alÃvio de sintomas gastrointestinais e na promoção do bem-estar.
Este guia oferece uma visão abrangente e baseada em evidências sobre a relação entre cannabis e doenças inflamatórias intestinais, incluindo definições, benefÃcios, riscos e recomendações para uso responsável, sempre reforçando a importância do acompanhamento médico. Continue sua leitura e entenda mais!
As doenças inflamatórias intestinais são caracterizadas por inflamação crônica no trato gastrointestinal. Dentre elas, a doença de Crohn e a colite ulcerativa são as mais comuns.
A doença de Crohn pode atingir qualquer parte do sistema digestivo, da boca ao ânus, mas afeta principalmente o Ãleo e o cólon. Já a colite ulcerativa apresenta inflamação contÃnua restrita ao cólon e reto. Em ambas, sintomas como dor abdominal intensa, diarreia persistente, sangramento retal, febre e perda de peso são recorrentes.
Viver com DII impõe desafios diários: as crises podem ser imprevisÃveis, afetando o trabalho, os estudos, a vida social e a autoestima. Nos casos mais graves, há risco de desnutrição, anemia, fadiga e comprometimento do crescimento em crianças e adolescentes. Além dos sintomas intestinais, manifestações extra intestinais como artrite, lesões cutâneas e oculares também podem ocorrer.

A sÃndrome do intestino irritável (SII), por sua vez, é uma desordem funcional, sem inflamação tecidual. Os sintomas incluem dor abdominal, distensão, gases e alternância entre diarreia e constipação. O desconforto pode ser significativo, mas não há risco de complicações estruturais graves, diferentemente das DII.
Pacientes com DII enfrentam dores abdominais intensas, diarreia crônica, náuseas, sangramento retal, perda de peso e fadiga constante. Esses sintomas prejudicam a qualidade de vida, levando a ausências no trabalho, isolamento social e dificuldades emocionais. A SII, embora não seja inflamatória, apresenta dor, desconforto, distensão abdominal e alterações do ritmo intestinal, causando angústia e limitações.
Os tratamentos tradicionais das DII incluem imunossupressores, corticoides e agentes biológicos. No entanto, muitos pacientes relatam efeitos colaterais significativos, como maior risco de infecções, ganho de peso, hipertensão e osteoporose.
A resposta pode ser parcial ou insatisfatória, o que motiva a procura por alternativas como a cannabis medicinal. No caso da SII, o tratamento é focado no alÃvio sintomático com antiespasmódicos, antidepressivos e modificações dietéticas, mas a imprevisibilidade dos sintomas ainda traz desafios.
O sistema endocanabinoide atua na homeostase do corpo, regulando inflamação, resposta imune e dor. Os receptores CB1 localizam-se predominantemente no sistema nervoso central e trato gastrointestinal, controlando motilidade e secreção. Os CB2 são encontrados em células do sistema imune, modulando processos inflamatórios.¹
Nos distúrbios intestinais, a disfunção desse sistema pode intensificar dor, aumentar a motilidade e agravar a inflamação. O potencial terapêutico da cannabis reside na capacidade de seus fitos canabinoides, como canabidiol (CBD) e THC, restaurarem o equilÃbrio do sistema endocanabinoide, reduzindo sintomas e melhorando o funcionamento intestinal.
A cannabis medicinal contém fito canabinoides que se ligam aos receptores CB1 e CB2, promovendo efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e moduladores da motilidade intestinal.³
O CBD, em especial, tem efeito imunomodulador, diminuindo a produção de substâncias inflamatórias e aliviando sintomas da DII. O THC, por sua vez, pode melhorar o apetite, controlar náuseas e contribuir para a redução da dor crônica.
Estudos indicam que a ativação do sistema endocanabinoide por esses compostos resulta em menor secreção de mediadores inflamatórios, diminuição da hiperatividade intestinal e alÃvio da dor visceral. Isso se traduz em conforto gastrointestinal e melhor adaptação à rotina diária.
O CBD atua na diminuição da inflamação e na regulação do sistema imunológico, enquanto o THC pode aumentar o apetite e controlar sintomas como náuseas e dores abdominais. Pesquisas com pacientes de Crohn e colite ulcerativa mostram redução da frequência e intensidade das crises, melhora do sono e do ânimo.²
O uso combinado de CBD e THC pode potencializar o efeito analgésico, favorecendo o retorno às atividades sociais e profissionais. Contudo, a cannabis medicinal deve ser considerada como complemento ao tratamento tradicional, nunca como substituto, e sempre com acompanhamento médico.
O eixo cérebro-intestino é a via de comunicação entre o sistema nervoso central e o trato gastrointestinal, mediada por neurotransmissores, hormônios e células imunes. O desequilÃbrio desse eixo pode agravar sintomas gastrointestinais e favorecer transtornos emocionais, como ansiedade e depressão, comuns em DII e SII.
A cannabis medicinal, principalmente o CBD, pode atuar nesse eixo, reduzindo estresse, melhorando o humor e promovendo resiliência. O suporte psicológico, aliado ao tratamento farmacológico, reforça a abordagem multidisciplinar e potencializa o controle global dos sintomas.
A cannabis medicinal pode ser administrada como óleos, cápsulas ou sprays orais. A escolha do produto e a dosagem dependem do perfil clÃnico, gravidade dos sintomas e orientação do especialista. A recomendação é iniciar com doses baixas, ajustando gradualmente, sempre monitorando benefÃcios e possÃveis efeitos adversos.
No Brasil, a prescrição é regulamentada pela Anvisa, exigindo avaliação médica, receita especÃfica e cumprimento de trâmites para compra em farmácias autorizadas ou importação. O acompanhamento regular é indispensável para segurança e eficácia.
A automedicação e o uso de produtos sem procedência são fortemente contraindicados, pois aumentam o risco de efeitos indesejados e dificultam o controle dos resultados.

O uso da cannabis medicinal para doenças gastrointestinais deve ser individualizado, com rigor técnico e acompanhamento multidisciplinar. Apenas médicos qualificados podem avaliar indicações, contraindicações e interações medicamentosas.
A automedicação pode causar efeitos adversos, mascarar sintomas importantes e comprometer o tratamento. Consultar um especialista garante adaptação personalizada da terapia, maior segurança e melhores resultados.
Em caso de dúvidas, busque fontes confiáveis e mantenha o acompanhamento profissional. O Dispensário da Mata oferece suporte qualificado para quem deseja conhecer mais sobre o uso seguro da cannabis medicinal em doenças intestinais. Pensando nisso, separamos um conteúdo exclusivo sobre as principais doenças tratáveis com a cannabis medicinal. Acesse já!
Posts Relacionados