Início / Blog / Cannabinóides / Guia sobre canabidiol (CBD): entenda os benefícios e efeitos no corpo
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O canabidiol, popularmente conhecido como CBD, é uma substância canabinóide não psicoativa, extraída das plantas Cannabis Sativa ou Cannabis Indica. Ele tem atraído atenção significativa por seus potenciais benefícios terapêuticos e mínimos efeitos colaterais. A substância tem se destacado como um composto químico promissor nas áreas de saúde, bem-estar e pesquisa médica.
Neste guia, vamos explorar todos os aspectos do canabidiol, desde o seu uso, os efeitos colaterais, a legalidade e o que diz a ciência. Confira!
O canabidiol ou CBD é uma substância química encontrada nas plantas de cannabis e possui propriedades que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano.
Na maioria das vezes, ele é extraído da planta Cannabis Sativa, mas também é muito presente na Cannabis Indica (por vezes em até maior quantidade). Aliás, o cânhamo é uma variedade de Cannabis Sativa com baixo teor de THC muito usada para a produção do CBD.³ Ainda, vale dizer que ele é lipofílico — o que significa que é insolúvel em água, mas solúvel em solventes orgânicos e óleos.
Essa propriedade lipofílica do canabidiol influencia sua biodisponibilidade e os métodos de administração. Por ser solúvel em gorduras, o CBD é misturado com óleos carreadores para aumentar sua absorção pelo corpo. Além disso, sua estrutura molecular permite que interaja com diversos receptores no organismo humano, contribuindo para seus efeitos terapêuticos potenciais.²
O canabidiol interage com o sistema endocanabinóide (SEC), um complexo sistema de sinalização celular descoberto na década de 1990. O SEC está envolvido na regulação de vários processos fisiológicos, incluindo sono, humor, apetite, memória e reprodução. ⁴ ⁶
Existem mais de 100 tipos de canabinoides, sendo os mais conhecidos: o THC (tetra-hidrocanabinol), que causa os efeitos psicoativos da cannabis; e o CBD (canabidiol), famoso por seus benefícios terapêuticos sem efeitos intoxicantes. Os canabinoides podem ser utilizados medicinalmente para tratar condições como ansiedade, epilepsia, dor crônica, entre outras.¹ ⁵
O canabidiol atua como antagonista dos receptores CB1 e influenciando o SEC indiretamente. Acredita-se que o CBD possa aumentar os níveis dos próprios endocanabinóides do corpo, inibindo as enzimas que os decompõem. Além disso, o CBD interage com vários outros sistemas de neurotransmissores, incluindo os sistemas de serotonina e dopamina, o que pode explicar sua lista de efeitos potenciais. ⁸
As aplicações médicas potenciais do canabidiol são vastas e continuam sendo exploradas em estudos clínicos em todo o mundo. Um dos usos mais estabelecidos é no tratamento de certas formas de epilepsia.
Outras áreas promissoras de pesquisa incluem o uso do canabidiol no manejo da dor crônica e neuropática, em que seu potencial anti-inflamatório pode ser benéfico. Estudos preliminares sobre o uso da cannabis medicinal sugerem que o CBD pode ter efeitos ansiolíticos e antidepressivos, tornando-o um objeto de interesse para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão.
Além disso, pesquisas estão explorando o potencial neuroprotetor do CBD em condições como Alzheimer e Parkinson, bem como seu possível papel no tratamento de dependências.⁵ ⁸
O canabidiol está disponível em uma variedade de formas, cada uma com suas próprias características em termos de início de ação, duração dos efeitos e facilidade de uso.
Os óleos e tinturas de CBD são uma das formas mais populares, administrados sublingualmente para uma absorção mais rápida. Esses produtos permitem uma dosagem precisa e são o ponto de partida para muitos usuários de CBD. ⁶
As cápsulas e os comestíveis de CBD são mais convenientes e discretos; no entanto, eles têm um início de ação mais lento devido ao processo de digestão.
Cremes e loções tópicas contendo CBD são usados para efeitos localizados, particularmente, para dor e condições de pele.
Também existem os líquidos inaláveis que oferecem o início de ação mais rápido, mas levantam preocupações sobre potenciais riscos respiratórios associados ao ato de vaporizar. ⁶
Embora o canabidiol seja bem tolerado pela maioria das pessoas, o composto pode causar efeitos colaterais em alguns usuários. Os efeitos colaterais mais relatados incluem fadiga, alterações no apetite, diarreia e mudanças de humor. É importante notar que esses efeitos colaterais tendem a ser leves e transitórios na maioria dos casos.⁷
Um aspecto mais significativo da segurança do CBD é sua potencial interação com outros medicamentos. O canabidiol pode afetar as enzimas do citocromo P450 no fígado, que são responsáveis pelo metabolismo de muitos remédios. Isso pode potencialmente alterar os níveis sanguíneos de certos medicamentos, aumentando o risco de efeitos colaterais ou diminuindo sua eficácia.
Por isso, é crucial consultar um profissional de saúde antes de começar a usar CBD, especialmente se você estiver tomando outros medicamentos. ⁷
O mercado de CBD tem experimentado um crescimento explosivo nos últimos anos, impulsionado pela crescente legalização e interesse do consumidor. Produtos contendo canabidiol vão desde suplementos e cosméticos, até alimentos e bebidas infundidos com CBD. No entanto, esse rápido crescimento também trouxe desafios preocupantes.¹ ⁹
Um dos principais desafios é a regulamentação. Os marcos regulatórios para o CBD variam entre diferentes países, criando complexidades para o comércio internacional e o desenvolvimento consistente de produtos. Em muitas regiões, o status legal do CBD permanece em fluxo, com debates sobre sua classificação como medicamento, suplemento ou produto alimentício. Essa incerteza regulatória pode criar confusão para consumidores e fabricantes. ⁹ ¹¹
Para fazer o uso legal do canabidiol no Brasil, é necessário um processo que começa com uma consulta médica. Apenas médicos habilitados podem prescrever produtos à base de canabidiol (CBD). Eles avaliam a necessidade do paciente e a adequação do tratamento com o CBD.¹⁴
Se o médico decidir que o CBD é adequado, ele emitirá uma receita médica especial, que deve conter informações detalhadas sobre o produto, a dose, e o tempo de uso. Essa receita é fundamental para que o paciente prossiga no processo.
A prescrição deve ser acompanhada de um pedido de autorização junto à Anvisa. Isso pode ser feito pelo próprio paciente ou pela farmácia responsável pela importação do produto. O processo exige o envio de documentos como a receita médica e informações detalhadas do paciente.
Após a aprovação da Anvisa, o paciente ou a farmácia pode importar o produto à base de CBD. Durante o tratamento, o médico precisa acompanhar o paciente para ajustar a dose e monitorar possíveis efeitos colaterais. Em alguns casos, pode ser necessário um novo pedido de autorização se houver mudanças na dosagem.
Caso o tratamento continue, o paciente precisará renovar a autorização da Anvisa para continuar importando o CBD, sempre com a prescrição atualizada do médico.¹⁴
Todos os passos que listamos aqui são feitos pelo Dispensário da Mata. Realizamos todo o processo, desde a consulta médica até a solicitação para a anvisa. Tudo com muito cuidado e atenção para garantir a nossa qualidade de entrega!
Embora o THC (tetra-hidrocanabinol) e o CBD (canabidiol) sejam ambos canabinóides encontrados na planta Cannabis, eles têm propriedades e efeitos significativamente diferentes. A principal diferença é que o THC é psicoativo, produzindo as alterações cognitivas associadas ao uso recreativo da cannabis, enquanto o CBD não tem efeitos psicoativos.¹²
Em termos de mecanismo de ação, o THC se liga diretamente aos receptores CB1 no cérebro, resultando em seus efeitos psicoativos. O CBD, por outro lado, não se liga diretamente a esses receptores, mas influencia o sistema endocanabinóide de maneiras mais indiretas. Além disso, enquanto o THC pode causar efeitos colaterais como ansiedade e paranoia em alguns usuários, o CBD é considerado ansiolítico e pode até contrariar alguns dos efeitos negativos do THC.¹²
O crescimento da indústria do CBD vem apresentando um impacto cultural significativo, contribuindo para uma mudança nas atitudes em relação aos produtos derivados da cannabis. O CBD tem se tornado cada vez mais conhecido, sendo incorporado em rotinas de bem-estar e ganhando aceitação em círculos que tradicionalmente eram céticos em relação à cannabis.
Do ponto de vista ambiental, o cultivo de cânhamo para produção de CBD oferece potenciais benefícios. O cânhamo é conhecido por suas propriedades de fitorremediação, capaz, até mesmo, de limpar solos contaminados absorvendo toxinas. Além disso, o cânhamo é uma cultura de crescimento rápido que pode sequestrar quantidades significativas de carbono.
No entanto, o crescimento da indústria também levanta preocupações sobre uso da terra, consumo de água e práticas agrícolas sustentáveis. Extração e Fontes de Canabidiol ⁹ ¹¹
A principal fonte comercial de canabidiol é o cânhamo, definido legalmente em muitos países como plantas Cannabis sativa L. contendo 0,3% ou menos de THC por peso seco. Os métodos de extração do CBD variam, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens em termos de pureza, rendimento e impacto ambiental. ⁹
A extração por CO2 supercrítico é considerada um dos métodos mais eficientes e limpos. Neste processo, o dióxido de carbono pressurizado é usado para extrair o CBD das plantas de cânhamo. Outros métodos incluem a extração por etanol, que é eficiente mas pode extrair clorofila indesejada junto com os canabinóides, e a extração por óleo, que é segura e barata, mas menos eficiente. A escolha do método de extração pode afetar significativamente a qualidade e a composição do produto final de CBD.
O futuro do canabidiol é promissor, com pesquisas contínuas explorando novas aplicações e aprofundando nossa compreensão de seus mecanismos de ação. Uma área de foco é a otimização de formulações de CBD para condições específicas, potencialmente combinando-o com outros canabinóides para aproveitar o chamado “efeito entourage”.⁹ ¹³
Avanços tecnológicos também estão moldando o futuro da indústria do CBD. O uso de inteligência artificial para desenvolvimento de formulações e blockchain para garantir a transparência da cadeia de suprimentos são apenas alguns exemplos de como a tecnologia pode abordar os desafios atuais de produção, controle de qualidade e confiança do consumidor.
Além disso, pesquisas em andamento sobre o genoma da cannabis podem levar ao desenvolvimento de novas cepas com perfis de canabinóides otimizados para usos específicos.¹¹ ¹³
O canabidiol representa uma fascinante intersecção entre medicina tradicional à base de plantas e pesquisa científica moderna. À medida que a pesquisa avança e os marcos regulatórios amadurecem, o papel do CBD na saúde e bem-estar provavelmente se tornará mais claro, revolucionando abordagens para várias condições. No entanto, é crucial abordar o CBD com uma perspectiva equilibrada, reconhecendo tanto seus benefícios potenciais quanto a necessidade de mais estudos e uso responsável. ¹³
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