Início / Blog / Cannabis no Mundo / História da cannabis medicinal: entenda como evoluiu ao longo do tempo
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A trajetória da cannabis medicinal reflete as transformações da ciência e do cuidado com a saúde ao longo dos séculos. Este guia traz informações detalhadas sobre sua origem, evolução, avanços científicos e marcos regulatórios.
O objetivo é oferecer um panorama confiável, esclarecendo dúvidas e promovendo escolhas conscientes sobre o uso terapêutico da planta, sempre com foco em responsabilidade médica. Confira abaixo!
Os primeiros relatos da cannabis medicinal aparecem em civilizações como a chinesa, indiana e egípcia. O Pen Ts’ao, compêndio chinês do imperador Shen-Nung (2700 a.C.), já listava a cannabis como remédio para dores, reumatismo e distúrbios femininos. O uso da planta integrava uma cultura de respeito ao equilíbrio do corpo, típica da fitoterapia oriental. ¹
No Egito Antigo, o Ebers Papyrus (1550 a.C.) detalhava receitas de infusões e pomadas de cannabis para tratar inflamações, feridas e sintomas ginecológicos. A planta era utilizada também em rituais religiosos, evidenciando o papel simbólico e terapêutico que já ocupava. ¹
Esses registros mostram como povos antigos buscavam no ambiente natural soluções para problemas de saúde. O princípio da fitoterapia, que valoriza a natureza como fonte de cura, permanece atual e influencia práticas médicas integrativas até hoje. ³
Na tradição ayurvédica da Índia, a cannabis medicinal foi empregada no tratamento de dores crônicas, ansiedade, convulsões e outros distúrbios neurológicos. Preparações em óleos e chás eram adaptadas a cada paciente, em práticas transmitidas por gerações. ²
No Oriente Médio e Norte da África, médicos árabes popularizaram o uso de extratos de cannabis para inflamações, sintomas digestivos e condições neurológicas. Esse conhecimento foi levado à Europa e influenciou a medicina medieval, onde a planta passou a ser recomendada para dores articulares e insônia.
Médicos gregos e romanos, como Dioscórides e Galeno, relataram a aplicação da cannabis no manejo de dores, distúrbios do sono e questões emocionais. O reconhecimento dos benefícios consolidou a presença da planta nas farmacopeias tradicionais europeias. ³
Até o século XIX, a cannabis foi muito utilizada na farmacopeia ocidental, especialmente como analgésico e antiemético. No início, a planta era conhecida principalmente por suas propriedades medicinais e era incluída em vários remédios, especialmente em infusões e extratos. A cannabis era usada no tratamento de dor, insônia, espasmos musculares, problemas digestivos e até na epilepsia. ³
Durante a Idade Média e o Renascimento, médicos árabes e europeus reconheceram os benefícios terapêuticos da cannabis. Na farmacopeia ocidental, ela era empregada em preparações como “tinturas” ou “unguentes”, e o uso da planta foi registrado em textos médicos, como o de Nicholas Culpeper, que recomendava o uso de cannabis para várias condições.
Já no século XIX, a cannabis passou a ser estudada mais sistematicamente por médicos ocidentais, e seu uso se expandiu, sendo reconhecido principalmente para alívio de dor crônica e como sedativo. Foi nesse período que começou a ser incorporada em medicamentos como o extractum cannabis.
Contudo, com a ascensão do uso de medicamentos sintéticos e da crescente regulamentação da cannabis, seu uso terapêutico diminuiu no final do século XIX, dando lugar a outras substâncias, como a morfina e a aspirina.
O século XX trouxe mudanças políticas e sociais que culminaram na proibição da cannabis medicinal em diversos países. A Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 impôs restrições severas, dificultando pesquisas científicas e limitando o acesso de pacientes a tratamentos potencialmente benéficos.
O estigma associado à planta interrompeu investigações promissoras. Muitos pacientes ficaram sem opções terapêuticas, e a ciência perdeu oportunidades de avanço em tratamentos inovadores.
A retomada das pesquisas só ocorreu nas últimas décadas, com a revisão de conceitos e o crescimento do interesse pela medicina baseada em evidências.
Entre 1960 e 1980, pesquisadores isolaram os principais canabinoides, como o CBD e o THC, e identificaram o sistema endocanabinoide — uma rede de receptores no cérebro e em outros órgãos responsável por regular dor, sono, apetite e humor.
Estudos controlados demonstraram benefícios em epilepsia, esclerose múltipla e quadros resistentes a tratamentos convencionais. O reconhecimento científico motivou atualizações regulatórias e o desenvolvimento de produtos farmacêuticos padronizados, facilitando o acesso seguro dos pacientes.
A compreensão do sistema endocanabinoide ampliou o espectro de indicações clínicas e impulsionou novas linhas de pesquisa em fitoterapia moderna.
Nos anos 1990, países como Canadá, Israel e alguns estados dos EUA lideraram o movimento global de regulamentação da cannabis medicinal. Essas nações criaram leis para garantir qualidade, rastreabilidade e segurança na prescrição e fabricação de medicamentos. ⁴
A regulamentação da Anvisa no Brasil acompanha essa tendência, trazendo critérios rigorosos para acesso, proteção ao paciente e estímulo à pesquisa clínica. O marco legal prioriza a segurança, beneficiando especialmente doenças crônicas e condições de difícil tratamento.
O debate mundial incentiva o desenvolvimento de terapias inovadoras e a formação de profissionais especializados, promovendo o acesso responsável e ético à cannabis medicinal.
Estudos das últimas décadas evidenciam benefícios do CBD e do THC em dor crônica, epilepsia refratária e sintomas de doenças neurodegenerativas. O sistema endocanabinoide regula funções essenciais e justifica os efeitos positivos observados em pacientes.
O CBD se destaca no controle de crises epilépticas, enquanto o THC contribui para alívio de dor e controle de sintomas neurológicos. Pesquisas internacionais reforçam a necessidade de mais estudos clínicos e protocolos padronizados para uso seguro e eficaz.
A literatura científica recomenda que cada caso seja avaliado individualmente, respeitando limites de segurança e acompanhamento médico rigoroso.
A prescrição da cannabis medicinal exige avaliação clínica minuciosa, considerando histórico, sintomas e resposta a tratamentos prévios. O médico define a forma farmacêutica — óleo, extrato ou gomas — conforme o perfil do paciente, idade e possíveis interações medicamentosas.
O acompanhamento médico contínuo permite ajuste de doses, monitoramento de efeitos e identificação precoce de reações adversas. O uso responsável prioriza quadros resistentes a terapias convencionais, respeitando critérios éticos e de segurança definidos por autoridades regulatórias.
A história da cannabis medicinal revela uma jornada repleta de descobertas, avanços e desafios. Desde os tempos antigos, a planta desempenhou um papel importante no tratamento de diversas condições de saúde, sendo valorizada por culturas em todo o mundo.
No entanto, a proibição e o estigma que se seguiram ao longo do século XX dificultaram o avanço de pesquisas e o acesso a tratamentos promissores. Felizmente, a redescoberta da cannabis medicinal nas últimas décadas, impulsionada pelo conhecimento do sistema endocanabinoide, tem permitido uma nova era de possibilidades para pacientes ao redor do mundo.
Se você está em busca de informações sobre como a cannabis pode ser uma opção terapêutica, ou deseja saber mais sobre o uso responsável e regulamentado, é importante se aprofundar no tema e consultar um profissional especializado. Pensando nisso, separamos um post exclusivo para conhecer a Canabidivarina, acesse e entenda tudo sobre!
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