legalização da maconha

Conteúdo

Conteúdo

No último mês de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) liberou a importação de sementes de maconha para fins medicinais. Porém, essa decisão não vale para qualquer tipo e quantidade de Cannabis sativa. Já o STF (Supremo Tribunal Federal) tomou uma decisão em relação ao porte de maconha, que deixa de ser crime e passa a ser caracterizado como infração administrativa. E não para por aí!

Para entender quais são as últimas decisões do STJ e do STF sobre a legalização da maconha no Brasil, continue acompanhando o conteúdo completo que o Dispensário da Mata preparou.

STJ autoriza cultivo de cannabis para fins medicinais

Obviamente, não foi qualquer tipo de cultivo que foi autorizado. Na sessão, os ministros debateram sobre o poder de entorpecimento da cannabis, conhecida como cânhamo industrial, que possui uma concentração muito baixa de THC, o princípio psicoativo da planta. Ao final, concluíram que, por não causar entorpecimento, não haveria motivo para proibir o cultivo da planta.

Para cultivar, a importação de sementes foi liberada, mas para isso é necessário comprovar que a intenção é a produção de medicamentos ou o uso industrial farmacêutico, ou seja, essa medida abrange apenas pessoas jurídicas.

A partir da decisão, a ANVISA tem seis meses para regulamentar a importação de sementes para o país. O órgão regulador já autorizou a importação, mas os custos ainda são muito altos para quem precisa da substância aqui no Brasil.

Homem de boné azul conferindo a plantação de cannabis

Cânhamo e o uso medicinal

O cânhamo é uma planta da família Cannabis que possui diversos usos industriais e medicinais. Sua versatilidade inclui a produção de fibras, papel, alimentos e cosméticos, mas também é conhecido pelos efeitos terapêuticos e seus derivados.

Com uma alta concentração de canabidiol (CBD), o cânhamo é utilizado para tratar condições como ansiedade, dor crônica e inflamações, proporcionando alívio sem os efeitos psicoativos associados ao THC.

A importação de cannabis para uso medicinal

Para importar o produto de maneira legal, é necessário que você solicite uma autorização para importação à ANVISA e tenha uma recomendação médica especializada.

Entre outras coisas, você vai precisar de um laudo médico, documentação específica e a importação só pode ser feita exclusivamente para uso pessoal.

  • Laudo médico: o paciente precisa apresentar um laudo médico detalhado, que justifique o uso do produto à base de cannabis;
  • Documentação específica: o paciente ou seu responsável precisa preencher um formulário eletrônico na ANVISA, fornecendo informações sobre o tratamento e a dosagem recomendada;
  • Importação para uso pessoal: a importação é autorizada para uso pessoal e não pode ser comercializada. O produto é destinado exclusivamente ao paciente que fez a solicitação.

Os produtos também precisam ter registro na ANVISA e cumprir todos os requisitos de segurança, qualidade e eficácia. A importação de cannabis medicinal representa um avanço importante no acesso a tratamentos eficazes para diversas condições de saúde.

Embora o processo ainda enfrente desafios legais e logísticos, a crescente demanda e os resultados positivos em estudos clínicos indicam que a regulamentação adequada pode expandir significativamente as opções terapêuticas, oferecendo alívio para milhares de pacientes.

Fachada da sede da Anvisa

STF determina diferenciação de usuário para traficante

Apesar de não ter tomado nenhuma decisão em relação à maconha medicinal, recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu a quantidade de 40 gramas ou até 6 plantas fêmeas para uma pessoa ser considerada usuário e não traficante de maconha.

Ao avaliar o Recurso Extraordinário 635659, a maioria da Corte entendeu que o porte de maconha não é crime e deve ser caracterizado como infração administrativa, sem consequências penais. Dessa maneira, quem for autuado fica livre de registro na ficha de antecedentes criminais, por exemplo.

Ainda assim, o indivíduo pego com qualquer quantidade da planta será enquadrado em um ato ilícito, sendo cabíveis sanções administrativas e orientação sobre os efeitos da cannabis. A autoridade policial apreenderá a substância e notificará o autor do fato para comparecer em Juízo, na forma do regulamento a ser aprovado pelo Conselho Nacional de Justiça.

Política de drogas no Brasil

O STF tem sido pressionado, tanto pela sociedade civil quanto por especialistas, a tomar uma posição mais definitiva sobre o tema, especialmente diante das crescentes discussões sobre a política de drogas no Brasil e das mudanças em países como o Uruguai e o Canadá, que já legalizaram a maconha para uso recreativo.

O tribunal também enfrenta o dilema de equilibrar direitos individuais, saúde pública e segurança, considerando que a legalização da maconha pode ter impactos variados na sociedade. O STF está envolvido em decisões cruciais sobre a descriminalização do porte e o cultivo doméstico da maconha para uso medicinal, mas ainda não há uma decisão definitiva sobre a legalização da maconha para uso recreativo no Brasil.

Planta de Cannabis plantada na terra

O Supremo tem se debruçado sobre temas que podem abrir caminho para uma mudança na legislação brasileira, mas mudanças legislativas maiores, como a legalização plena da maconha, exigiriam um amplo debate no Congresso Nacional.

Aqui no Dispensário da Mata, você encontra mais conteúdos relevantes e com referências confiáveis sobre a cannabis medicinal. Continue no blog e entenda o que são canabinoides, de onde são extraídos e quais são os principais efeitos da substância no organismo.

Rate this post

Referências

  • AGÊNCIA BRASIL. STJ autoriza cultivo de cannabis para fins medicinais. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-11/stj-autoriza-cultivo-de-cannabis-para-fins-medicinais. Acesso em: 07 dez. 2024.
  • SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. STF define 40 gramas de maconha como critério para diferenciar usuário de traficante. Disponível em: https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/stf-define-40-gramas-de-maconha-como-criterio-para-diferenciar-usuario-de-traficante/. Acesso em: 07 dez. 2024.
  • OLIVEIRA, Solange Oliveira dos; SANTOS MIRANDA, Marlene Barreto. Uso medicinal da Cannabis sativa e sua representação social. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 43, n. 3, p. 697-718, jul./set. 2019. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/06/1253096/rbsp_433_15_3112.pdf. Acesso em: 07 dez. 2024.
  • BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 327, de 9 de dezembro de 2019. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/anvisa-autoriza-mais-tres-produtos-derivados-de-cannabis. Acesso em: 5 nov. 2024.
  • BRASIL. Lei n° 11.343, de 23 de agosto de 2006. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm. Acesso em: 07 dez. 2024.

Posts Relacionados

O burnout é um dos principais desafios enfrentados por profissionais em ambientes de alta pressão na atualidade. Caracterizado por sintomas de esgotamento físico, emocional e...
A busca por soluções eficazes para insônia e distúrbios do sono tem sido constante entre adultos de diversas faixas etárias. O impacto da privação de...
O crescente interesse em terapias naturais e integrativas tem colocado o THCA (ácido tetrahidrocanabinólico) no centro das atenções da comunidade científica e do público em...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *